O novo livro de Dan Brown, "The Lost Symbol” (O Símbolo Perdido), está fazendo para os Franco-Maçons aquilo que o seu antecessor, “The Da Vinci Code” (O Código da Vinci) fez para a Opus Dei da Igreja católica - fama em abundância, e novas ficções - numa fraternidade que já se constitui em nêveda para os teóricos da conspiração.
Desde muito antes do “The Lost Symbol”, os Franco-Maçons têm sido acusados de tudo, desde conspirar com os extraterrestres para a prática de desvios sexuais até de participar de rituais ocultos para dominar o mundo - ou tentar acabar com ele. Detratores incluem-se entre teóricos da conspiração global e organizações religiosas, inclusive a Igreja Católica.
Lançado hoje, “The Lost Symbol” não é suscetível de esmagar qualquer rumor, começando pelo que se faz com um crânio cheio de vinho, poderosos comerciantes adornados de jóias e um sombrio templo maçônico há alguns passos de distância da Casa Branca.
Mas como, se os Franco-Maçons - a maior sociedade secreta internacional do mundo - são apenas um bando de sujeitos no afã de se socializar, sem rituais satânicos, procurando o auto-aperfeiçoamento e oferecendo serviços à comunidade?
Para separar o fato Franco-Maçom do mito estilo Lost Symbol, a National Geographic News entrou nos séculos da velha Ordem com dois Maçons e um historiador da antiga Ordem cristã da qual alguns afirmam terem os Franco-Maçons surgido no século XVII ou XVIII.
MITO FRANCO-MAÇOM 1
A Simbólica Maçônica Está em Toda Parte
É verdade que os símbolos maçônicos estão longe de estar perdidos, declarou o historiador Maçom Jay Kinney, autor do recém-lançado “O Mito Maçônico”.
(Veja: "LOST SYMBOL PICTURES: Símbolos Maçônicos Decodificados." ) http://news.nationalgeographic.com/news/2009/09/photogalleries/lost-symbol-dan-brown-masonic-symbols-pictures/index.html
A Franco-Maçonaria é rica em símbolos, e muitos são onipresentes - pense no pentagrama, ou estrela de cinco pontas, ou o "olho que tudo vê" no Grande Selo dos Estados Unidos.
Mas a maioria dos símbolos maçônicos não são exclusivos da Franco-Maçonaria, afirmou Kinney.
"Eu vejo o uso de símbolos maçônicos como agarrar um saco e ir retirando daqui, dali e de toda parte", disse ele. "A Franco-Maçonaria emprega-os à sua própria moda."
O pentagrama, por exemplo, é muito mais antigo do que a Franco-Maçonaria e adquiriu suas conotações ocultistas só nos séculos XIX e XX, centenas de anos depois que o maçom tinha adotado o símbolo.
Da mesma forma, o olho que tudo vê viu o seu caminho para o Grande Selo e para o dólar americano através do artista Pierre Du Simitiere, um não-maçom.
O olho representa a orientação divina do navio do estado EUA, ou como o Secretário do Congresso dos EUA Charles Thompson colocou em 1782, faz referência "a muitos sinais de interposições da providência em favor da causa americana".
Houve um conhecido Maçom do comitê para a concepção do selo, Benjamin Franklin. Seu desenho proposto foi sem o olho, e rejeitado.
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Maçons descendem dos Cavaleiros Templários
Muito foi feito pela linhagem dos Franco-Maçons, supostamente iniciada com os Cavaleiros Templários. A poderosa ordem militar e religiosa foi criada para proteger os peregrinos medievais na Terra Santa e dissolvida pelo Papa Clemente V, sob pressão do Rei Filipe IV de França, em 1312.
Depois do aparecimento da moderna Franco-Maçonaria na Inglaterra dos séculos XVII ou XVIII, alguns Franco-Maçons alegaram ter adquirido os segredos dos Templários e adotado símbolos Templários e terminologia, nomeando certos níveis de hierarquia maçônica à maneira dos "graus" dos Templários, por exemplo.
"Mas aqueles [Cavaleiros Templários] graus e ordens maçônicas não tinham qualquer ligação histórica com os originais Cavaleiros Templários", explicou Kinney.
"Estes são mitos ou figuras simbólicas que foram usados pelos Maçons. Mas, porque a associação tinha sido feita com esses graus e os graus se perpetuaram em si mesmos, depois de certo tempo começaram a ser vistos como se houvesse uma conexão."
Helen Nicholson, autora de “Os Cavaleiros Templários: Uma Nova História” concorda que não há possibilidade de que os Franco-Maçons sejam de alguma forma descendentes dos Templários.
Na época dos primeiros Maçons, a historiadora da Universidade de Cardiff afirmou, "não havia mais Templários".
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Maçons Estão Escondendo Tesouro Dos Templários
Uma das teorias Templários/Maçons mais animada sugere que alguns Templários sobreviveram à destruição da Ordem do século XIV, refugiando-se na Escócia, onde eles esconderam um fabuloso tesouro debaixo da capela Rosslyn (como visto em “O Código Da Vinci”).
O tesouro, e a tradição dos Templários, acabou por ser transmitido aos fundadores da Franco-Maçonaria; a história continua.
Na verdade, havia um tesouro dos Templários, declarou Nicholson, mas acabou em outras mãos há muito tempo.
"A razão mais provável [os Templários foram dissolvidos] é que o rei queria o seu dinheiro. O rei da França estava falido, e os Templários tinham muito dinheiro."
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As Ruas De Washington, DC Formam um Gigantesco Símbolo Maçônico
Há muito tempo se sugeriu que poderosos Franco-Maçons incorporaram símbolos maçônicos no plano viário de Washington, DC, projetado principalmente pelo francês Pierre L'Enfant em 1791.
The Lost Symbol é esperado com destaque para um “mapeamento maçônico", detectando pentagramas e outros símbolos ligando pontos entre marcos de referência. Pistas lançadas pelo autor Dan Brown no pré-lançamento, por exemplo, inclui as coordenadas GPS para pontos de referência de Washington.
"Individualmente, os Franco-Maçons têm um papel na construção da Casa Branca, na construção e concepção de Washington, DC" disse Mark Tabbert, diretor das coleções no George Washington Masonic Memorial, em Alexandria, Virgínia. “E [em menor escala] símbolos maçônicos podem ser encontrados em toda a cidade, assim como podem ser encontrados na maioria das cidades dos EUA".
Mas não há nenhuma mensagem maçônica no plano viário da cidade, declarou Tabbert. Para começar, Pierre L'Enfant não era Maçom.
E, Tabbert indagou, por que os Franco-Maçons assumiriam o incômodo de abrir um traçado de ruas para combinar com os seus símbolos?
"Tem que haver uma [razão] para fazer uma coisa dessas", disse Tabbert, ele próprio um Maçom. "Dan Brown vai encontrar uma, porque ele escreve ficção. Mas não há uma razão".
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Franco-Maçons Governam o Mundo
Talvez seja a impressionante lista de Franco-Maçons proeminentes - de Napoleão a Franklin Delano Roosevelt e ao rei Kamehameha (IV e VI) – que leva alguns a sugerir que o grupo é uma pequena cabala regendo o Globo. Mas Kinney, o historiador da Maçonaria pinta um retrato de um grupo enormemente descentralizado que poderia ter problemas para executar qualquer coisa com muita eficiência.
"Eu acho que os ideais que a Franco-Maçonaria encarna, que têm a ver com a fraternidade universal, são compartilhados por Franco-Maçons de todo o mundo [não obstante] diferenças religiosas, políticas ou nacionais", afirmou ele.
"Mas, ter compartilhado ideais é uma coisa, ter algum tipo de hierarquia compartilhada é algo completamente diferente."
Kinney observou que os EUA sozinho tem 51 Grã Lojas, uma para cada estado e o Distrito de Colúmbia. Cada uma destas organizações largamente independentes supervisiona suas muitas (ou recentes) lojas azuis locais e tem pouca coordenação efetiva com outras Grã Lojas.
Internacionalmente, Lojas maçônicas não só não falam a uma só voz, mas às vezes até se recusam a reconhecer a existência das outras.
Além disso, muitos Franco-Maçons pensam independentemente e tendem a resistir a editais vindos de cima, afirmou Kinney. "Não há nenhuma possibilidade de que eles possam ser submetidos por uma única hierarquia. Não existe essa entidade."
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A Franco-Maçonaria é Uma Religião – Ou um Culto
Mas, os Franco-Maçons salientam que sua organização não é uma religião, ou seja, ela não tem uma teologia exclusiva e não representa um caminho para os crentes visando à salvação ou outras recompensas divinas.
Mesmo assim, para ser aceito na Franco-Maçonaria, o iniciado deve acreditar em um deus - qualquer deus. Os cristãos podem ser a maioria, mas os judeus, muçulmanos e outros são bem representados nos círculos maçônicos. Nos encontros em Loja, discussões sobre religião são tradicionalmente tabu, afirmaram Kinney e Tabbert.
Mas, alguns líderes religiosos acreditam que os rituais maçônicos e crenças, com seus templos, altares e juramentos, constituem uma fé antagônica. E a recusa maçônica de classificar uma religião acima das outras nem sempre foi popular.
A declaração católica de 1983 aprovada pelo papa João Paulo II, por exemplo, afirmou que "os católicos inscritos em associações maçônicas estão envolvidos em pecado grave e não podem se aproximar a Sagrada Comunhão".
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Os Franco-Maçons Iniciaram a Revolução Americana
Franco-Maçons proeminentes, como Benjamin Franklin e George Washington desempenharam papéis essenciais na Revolução Americana. E entre as fileiras dos Franco-Maçons 9 são signatários da Declaração da Independência e 13 signatários da Constituição.
Mas a Franco-Maçonaria - além do mais, nascida na Grã-Bretanha - tinha adeptos de ambos os lados do conflito. Tabbert, do George Washington Masonic Memorial, afirmou que os grupos maçônicos permitiam que homens em ambos os lados da revolução se reunissem juntos como irmãos – mas, não para promover discussões políticas, o que seria contra a tradição maçônica.
"Por muitos anos [Maçons] reclamaram para si, para seu meio-conhecimento que todos esses revolucionários e patriarcas Fundadores eram Franco-Maçons", Tabbert afirmou. "Vários deles o foram, mas eles não estavam fazendo essas coisas porque eles eram Franco-Maçons."
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A Adesão Exige Obscuras Conexões
Ao contrário do The Lost Symbol, você não tem que beber vinho num crânio para se tornar um Maçom. Na verdade, a tradição reza que os Maçons não recrutam membros, mas simplesmente aceitam aqueles que se aproximam por sua própria vontade.
Quando a Franco-Maçonaria atingiu seu pico nos EUA durante a década de 1950, Kinney, o historiador maçônico, afirmou que quase um em cada dez homens adultos qualificados era membro - de um total de cerca de quatro milhões e dificilmente fariam uma pequena elite.
Hoje, os números de adeptos, como os de outras organizações fraternas, diminuíram drasticamente e apenas cerca de 1,5 milhões de homens americanos são Maçons.
Mas com The Lost Symbol já despertando o interesse na Franco-Maçonaria, centros maçônicos estão se preparando para os turistas - e talvez alguns novos recrutas.
1. O que é "The Lost Symbol?"
The Lost Symbol é um romance escrito por Dan Brown e publicado pela Doubleday. É a continuação de seu romance de 2003, O Código Da Vinci. A editora anunciou, no Verão de 2009 que o livro seria lançado em 15 de setembro de 2009. A novela traz novamente o ficcional solucionador de mistérios, o simbologista de Harvard Robert Langdon. Ele é encenado em Washington, DC, e a história se passa durante um período de 12 horas. O personagem Langdon também apareceu em 2000 no romance de Brown, Anjos & Demônios.
Segundo um artigo publicado pela Reuters em 8 de julho de 2009:
1. Jason Kaufman, o editor americano de Brown da Knopf, Doubleday com selo da Random House, afirmou em um comunicado extensamente divulgado que o livro é "amplamente" encenado em Washington, mas "é uma Washington poucos reconhecem."
2. "Como seria de esperar, ele retira o véu, revelando um mundo invisível de misticismo, sociedades secretas e locais ocultos, com um toque muito impressionante que antecede a América", disse Kaufman.
O próprio Brown revelou em 2006 que a data de lançamento do livro teria significado. A soma dos números 15/9/09 é igual a "33".
2. O que "The Lost Symbol" tem a ver com a Franco-Maçonaria?
Quando a edição de capa dura de "O Código Da Vinci" foi publicada, Dan Brown colocou intencionalmente pistas na arte da capa sobre o seu próximo romance. Os livros de Brown fazem uso freqüente de simbolismo e quebras de códigos secretos. Nas orelhas da edição de capa dura original, algumas letras foram impressas mais escuras do que outras. Quando copiadas em ordem, elas revelaram uma frase de significado ritual específico para Franco-Maçons. O primeiro título anunciado do livro era "The Solomon Key" (A Chave de Salomão), e a história bíblica da construção do Templo de Salomão no ano 1000 aC com suas origens míticas é central para as cerimônias rituais da Franco-Maçonaria.
Em maio de 2004, Brown fez um discurso raro em Concord, New Hampshire, e declarou que sua sequência de “O Código Da Vinci” seria sobre os Franco-Maçons. Ele acrescentou que os Franco-Maçons devem estar felizes porque existe muita desinformação sobre o grupo.
Tão logo The Lost Symbol foi publicado, a especulação chegou ao fim. A Franco-Maçonaria realmente aparece ao longo do livro, e é fundamental para a história. A sede do Rito Escocês, Jurisdição Sul, a Casa do Templo, é o cenário para importantes (e angustiantes) sequências na história.
Por que há Franco-Maçons preocupados com a sua referência em uma novela que está claramente marcada como ficção?
Dan Brown afirmou em seus romances que as sociedades secretas e organizações que aparecem em seus romances são baseadas em fatos. Conquanto grupos como os Illuminati da Bavária do século XVIII e da moderna organização católica Opus Dei existiram de fato, eles têm pouca semelhança com o universo ficcional de Brown. Essa é uma prerrogativa do romancista. Infelizmente, os leitores nem sempre estão cientes da diferença entre fato e ficção.
O tratamento que Dan Brown dá à Franco-Maçonaria no The Lost Symbol é extremamente positivo, mas ele se envolve em alguma licença dramática em virtude da sua trama.
Durante três séculos, quase que imediatamente após a sua formação moderna em 1717 em Londres, a Fraternidade da Franco-Maçonaria tem sido alvo de selvagens acusações e desinformação. Este web site foi criado pela Sociedade Maçônica, em cooperação com a Associação Maçônica de Assistência da América do Norte e do George Washington Masonic Memorial como um projeto em curso para abordar os assuntos referentes à Franco-Maçonaria que são encontrados no The Lost Symbol de Brown, bem como para explicar as suas referências históricas, práticas, cerimônias, filosofia e simbolismo da Maçonaria.
3. Informações Pré-lançamento
De acordo com informações preliminares divulgadas pela Doubleday, a tiragem global inicial no idioma Inglês do The Lost Symbol foi de 6,5 milhões de cópias. Esta é a maior tiragem inicial de todos os tempos pela Random House, uma unidade do grupo alemão de mídia, Bertelsmann AG. O livro vendeu 1 milhão de cópias em seu primeiro dia de lançamento, 2 milhões após a primeira semana, e a Doubleday ordenou uma tiragem adicional de 600.000 cópias após a segunda semana, com base na sua popularidade.
O romance anterior de Dan Brown, O Código Da Vinci já vendeu mais de 81 milhões de cópias desde seu lançamento em 2003 e superou listas de best-sellers mundiais. É o sexto livro mais popular da história. Por conseguinte, não seria exagerado acreditar que The Lost Symbol tem potencial para vender um mínimo de 40-50 milhões de cópias, e provavelmente mais.
4. O que é a Franco-Maçonaria?
A Franco-Maçonaria é a maior, a mais antiga e mais conhecida organização fraternal do mundo. Miticamente descendente dos construtores do Templo de Salomão, em Jerusalém, a Franco-Maçonaria acredita ter se desenvolvido a partir das corporações de ofício dos maçons europeus que construíram castelos e catedrais durante a Idade Média. Construções temporárias chamadas alojamentos (lojas) foram construídos ao lado das catedrais e os maçons usavam-nas para encontrar-se, receber seus salários, planejar seu trabalho, treinar novos aprendizes, e confraternizar.
A primeira Grã Loja foi criado na Inglaterra em 1717, transformando o ofício de maçons "operativos", que construíram edifícios, em uma fraternidade "especulativa" que usou o simbolismo, ferramentas e terminologia maçonicos medievais como ilustrações para a construção do caráter. Cerimônias maçônicas usam histórias lendárias da construção do templo bíblico do Rei Salomão, como símbolos para a construção de um templo interior no coração do ser humano.
Pelos anos de 1730 a Franco-Maçonaria se espalhou para as colônias norte-americanas. A Franco-Maçonaria circundou o globo a bordo dos navios da colonização britânica, francesa e holandesa. Benjamin Franklin, George Washington, John Hancock, Paul Revere, e muitos outros Edis Fundadores estavam entre os primeiros Franco-Maçons nos Estados Unidos. Após a Revolução Americana, Grã Lojas foram criados em cada estado.
A Franco-Maçonaria é baseada na crença de que cada homem pode fazer a diferença no mundo, melhorando a si mesmo, e tendo um papel ativo na sua comunidade. É uma entidade benevolente, fraternal e educacional. No entanto, a Franco-Maçonaria proíbe discussão, nas reuniões maçônicas sobre religião, crenças, política ou outros temas prováveis para excitar animosidades pessoais.
Associação à Franco-Maçonaria é aberta a pessoas que acreditam em um Ser Supremo e que reúnem qualificações e padrões de caráter e reputação. Um dos costumes da Franco-Maçonaria não é o de angariar membros, mas qualquer pessoa é bem-vinda para pedir informações sobre adesão à fraternidade.
Organizações relacionadas que baseiam suas adesões à filiação maçônica incluem o Rito de York (formado por Royal Arch, Conselho Críptico e Cavaleiros Templários), o Rito Escocês Antigo e Aceito, os Graus Maçônicos Unidos, a Ordem da Estrela do Oriente, a Ordem do Amaranto, Relicário Internacional e as Criptas da América do Norte. Grupos de jovens relacionados à Maçonaria incluem a Ordem DeMolay Internacional para Meninos, Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas e Filhas de Jó Internacional.
A Franco-Maçonaria inicia seus membros usando três rituais cerimoniais, conhecidos como graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom. Um Franco-Maçom pode participar durante toda a sua vida de qualquer outra organização maçônica, não importando como esta outra organização descreva ou numere seus graus, pois não há grau de renque superior ou de importância na Franco-Maçonaria acima do 3° grau, o de Mestre Maçom.
Hoje, há pelo menos 3 milhões de Franco-Maçons em todo o mundo, incluindo 1,5 milhões nos Estados Unidos, e há milhares de lojas maçônicas locais a ser encontradas ao redor do globo. Não existe uma organização nacional ou internacional que rege a Franco-Maçonaria. Na América do Norte e Austrália, cada estado ou província tem sua própria organização, chamada de Grã Loja, que reivindica a "soberania" sobre as Lojas em seu território. Fora da América do Norte ou Austrália, a maioria dos países têm suas próprias Grã Lojas. Existem acordos entre as Grãs Lojas que permitem a visitação e reconhecimento entre os membros umas das outras, muitas vezes usando o termo "regular".
Outra organização maçônica estreitamente relacionada é a Prince Hall Affiliated (PHA) de Grã Lojas, grupo predominantemente afro-americano. A organização tem o nome de Prince Hall, um negro liberto, de Boston, que iniciou uma Loja em 1775. Há cerca de 300.000 Franco-Maçons afiliados à Prince Hall nos EUA e outros países ao redor do mundo.
Há também organizações concorrentes que não são consideradas regulares ou reconhecidas pela corrente em voga das Grã Lojas, e freqüentemente causam embaraços tanto dentro como fora da Fraternidade.
5. Símbolos maçônicos nas capas
As capas do pré-lançamento das edições nos EUA e Reino Unido / Austrália do The Lost Symbol foram divulgadas em 9 de julho de 2009. A versão EUA da capa mostra o edifício do Capitólio, alocando a história em Washington, DC (Brown afirmou, durante vários anos que a história teria lugar em Washington, DC)
O selo de lacre representa uma águia de duas cabeças, assemelhando-se ao selo do Rito Escocês da Franco-Maçonaria, o nº 33 e a frase em latim Ordo ab Chao (Ordem no Caos). O selo tem como pano de fundo símbolos do zodíaco e alquímicos.
A versão britânica da capa mostra uma chave flamejante com um esquadro maçônico e compasso sobre uma foto do edifício do Capitólio dos EUA. Isto faz parcialmente alusão ao título do livro originalmente anunciado, “A Chave de Salomão”.
(O símbolo é semelhante a um dispositivo gráfico utilizado pelo maçom e autor Robert Lomas em uma série de livros que usam o termo "A Chave de Hiram".)
Na contracapa da edição EUA, aparece uma mensagem codificada, escrita em uma variação de uma assim chamada “Escrita maçônica cifrada”, que é explicada no livro.
7. O que é o Rito Escocês?
O Rito Escocês Antigo e Aceito é um sistema da Franco-Maçonaria. Apesar do nome, o Rito Escocês realmente não é escocês, mas principalmente francês. O nome, acredita-se, aparece sob influência dos Franco-Maçons escoceses Jacobitas vivendo em exílio na França, no início dos anos 1700.
Em certos corpos do Rito Escocês uma série de graus maçônicos enumerados de 4 a 32 são atribuídos. Nos Estados Unidos, estes graus são reconhecidos como uma série de interpretações dramáticas que ilustram algumas lições de moral e filosofia. Para participar do Rito Escocês e receber seus graus é necessário, primeiro, a participação em uma Loja Maçônica. Dos 1,5 milhões de Franco-Maçons nos EUA, cerca de 500.000 são Franco-Maçons do Rito Escocês.
Para tornar-se um Maçom do grau 32° do Rito Escocês, nos EUA, não é necessário assistir ou participar em todos os vinte e nove graus do Rito. Um candidato pode participar, por exemplo, dos graus 4º, 14°, 18°, 30°, 31° e 32°, e não dos outros, no meio, mas ainda é considerado um Maçom do grau 32°.
Em virtude dos graus serem literalmente grandes produções teatrais que exigem grandes elencos, adereços, cenários, iluminação e música, nem todos eles são apresentados de uma só vez para cada classe de candidatos. Além disso, eles poderiam simplesmente receber uma breve palestra ou explanação de um grau, terem demonstrados os sinais e senhas - isso é chamado de "comunicar" o grau. Muitos capítulos do Rito Escocês (chamados "vales") alternam a apresentação dos outros graus ao longo de tantos anos que um candidato pode eventualmente ver todos eles. Mas, a partir do momento que lhe é conferido o grau 32°, um homem é considerado um Maçom 32 ° do Rito Escocês.
Além disso, o Rito Escocês confere um 33° grau, "Inspetor Geral". Este é um oficial Franco-Maçom honorário para do Rito Escocês que fez alguma contribuição significativa para a sociedade ou para a Franco-Maçonaria em geral. Longe de ser um "segredo", os recipiendários são anunciados em jornais públicos, e têm direito a apor o G 33° após seus nomes. No entanto, estes graus são muitas vezes mal compreendidos pelo público. Um Maçom do grau 32° ou 33° não é considerado um "high-ranking Mason" (Maçom de alto escalão) simplesmente em virtude de seu número de graus.
Aquele que for eleito para servir como integrante do Conselho Diretor do Supremo Conselho deve ser Franco-Maçon do grau 33° e é conhecido como "Soberano Grande Inspetor Geral". O oficial superior de uma jurisdição do Rito Escocês é um “Soberano Grande Comendador”.
Independentemente de qualquer outra organização maçônica, um Franco-Maçom pode participar durante toda a sua vida e não importa como qualquer outra organização possa descrever ou enumerar seus graus, pois não há grau superior ou de maior importância na Franco-Maçonaria do que o grau 3°, o Mestre Maçom. Os graus do Rito Escocês são comparáveis a educação continuada, não autoridade superior.
O Rito Escocês Antigo e Aceito em cada país é governado por um Supremo Conselho. Não existe um organismo internacional de governo único. Cada Supremo Conselho é soberano na sua própria jurisdição. O território dos EUA é dividido em dois órgãos diretivos do Rito Escocês.
✦ O Supremo Conselho de Rito Escocês Antigo e Aceito da Jurisdição maçônica do Norte rege o Rito em 15 estados, mais a norte da linha Mason-Dixon e do leste do Mississipi. A sede é em Lexington, Massachusetts.
✦ O Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, Southern Jurisdiction foi formado primeiro em Charleston, Carolina do Sul, e agora está sediado em Washington, DC. Sua construção é conhecida como “A Casa do Templo” e está localizado na 1733 NW 16th St. . A Jurisdição do Sul governa os restantes 35 estados.
8. As páginas de abertura de "The Lost Symbol" descrevem uma cerimônia do 33° grau do Rito Escocês. Franco-Maçons realmente bebem em crânios?
O crânio tem aparecido durante séculos como um símbolo comum de mortalidade, não só em diferentes graus do ritual maçônico, mas em muitas outras organizações históricas, fraternais e religiosas. O termo em latim, memento mori, significa "lembre-se, você vai morrer", e é muitas vezes acompanhado da imagem de uma caveira como um lembrete sobre o fim da vida física. Tais imagens específicas apareceram há muito tempo, como em Pompéia no século 1º dC.
A cerimônia específica descrita por Brown no prólogo do “The Lost Symbol” parece ser adaptada de uma exposição sensacionalista, Scotch Rite Masonry Illustrated, publicada em 1887 pelo Reverendo John Blanchard. A descrição do grau 33° de Blanchard foi repetida por muitos autores anti-Franco-Maçons ao longo dos anos, mesmo não trazendo nenhuma exatidão.
9. A pirâmide é um símbolo comum na Franco-Maçonaria?
Não. Central para o enredo em “The Lost Symbol” é uma pirâmide que o personagem Robert Langdon carrega por toda parte na procura de pistas. A pirâmide não aparece no simbolismo da Franco-Maçonaria aceita e seus grupos apensos, o Rito Escocês ou o Rito de York. Isto é um mito que perdura há muito.
Nem a "pirâmide inacabada" encimada pelo "olho que tudo vê" encontrada no Grande Selo dos Estados Unidos, nem a que consta no verso da nota de um dólar americano são um símbolo maçônico.
O olho que tudo vê dentro de um triângulo apareceu naturalmente como uma representação artística do Deus católico na arte da Renascença, no século XVI, com o triângulo representando a trindade. O símbolo, com ou sem o triângulo trinitário tem sido usado por muitos grupos religiosos e fraternais como uma representação não-denominacional de Deus.
10. O livro de Dan Brown alega que membros do alto escalão do governo são Franco-Maçons. Verdade?
Houve quatorze presidentes americanos que foram Franco-Maçons, sendo o último Gerald Ford (Ronald Reagan foi feito membro honorário do grau 33° do Rito Escocês, que não tem legitimidade maçônica real; Bill Clinton era um membro do grupo de jovens Franco-Maçons, a Ordem DeMolay, como um adolescente, mas nunca se tornou um Maçom, nem George H. W. Bush, nem George W. Bush são Franco-Maçons, Barack Obama não é Maçom).
Quanto aos membros do Congresso, os líderes militares, membros do gabinete e outras autoridades importantes do governo, as organizações maçônicas não mantêm registros oficiais sobre irmãos contemporâneos famosos e suas posições, e mesmo que tivessem, não tornariam estas informações privadas, públicas.
11. É permitido ao público visitar os edifícios maçônicos que aparecem em "The Lost Symbol?"
Sim. Tanto a sede do Rito Escocês, Jurisdição do Sul, a Casa do Templo em 1733 NW 16th Street, em Washington DC e o George Washington Masonic Memorial, em frente à Estação Amtrak. É necessário consultar seus respectivos sites de horários, locais e detalhes.
12. Por que tão secreto?
A Franco-Maçonaria não tem segredos, mas o segredo maçônico é um dos aspectos mais incompreendidos da Fraternidade. A Franco-Maçonaria ensina a sua filosofia para os seus membros através do simbolismo, e o segredo é realmente um símbolo de honra.
Originalmente, as guildas medievais dos Franco-Maçons mantinham as práticas e o conhecimento do seu negócio como segredos muito bem guardados, não somente para proteger o valor da sua subsistência como também para garantir que apenas pessoas qualificadas fossem empregadas. Da mesma forma, senhas e sinais secretos foram desenvolvidos para que os membros da guilda, em diferentes partes do país pudessem reconhecer uns aos outros, mesmo que eles nunca tivessem se encontrado.
Estas tradições foram mantidas pelos Franco-Maçons modernos. Se uma pessoa não pode merecer confiança para guardar um segredo simples, como uma senha ou um aperto de mão, a sua palavra não é muito confiável. Ele não é uma pessoa honrada.
Existem outros segredos, além destes dois modos de reconhecimento. Alguns têm a ver com as especificidades dos rituais maçônicos e cerimônias de iniciação. Outros são mais pessoais e diferentes para cada Maçom. Como todas as experiências iniciáticas do mundo, os verdadeiros segredos da Franco-Maçonaria são os efeitos que seus ensinamentos e cerimônias têm sobre o indivíduo, e como ele aplica-os à sua vida.
GEOGRAPHIC NEWS
Brian Handwerk
para a National Geographic News
15 de setembro de 2009
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